Morre motorista de aplicativo ferido durante execução de delator do PCC em SP
09/11/2024
Ele estava internado em hospital de Guarulhos e não resistiu aos ferimentos, segundo a família e autoridades.
No momento do assassinato de empresário, ele levou um tiro nas costas.
Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, motorista de aplicativo baleado em Cumbica na sexta-feira (8).
Acervo pessoal
O motorista de aplicativo ferido durante a execução a tiros que matou Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de São Paulo morreu neste sábado (9), segundo a família e autoridades.
Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos.
Morador de Guarulhos, ele deixa três filhos.
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Um funcionário terceirizado do aeroporto, que trabalhava no momento do ataque, também teve ferimentos na mão e está em observação no hospital.
A terceira vítima é uma mulher de 28 anos que foi atingida por um tiro de raspão no abdômen.
Ela já recebeu alta.
Homem assassinado no aeroporto de Guarulhos
Reprodução/TV Globo
Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos
Gritzbach foi alvejado à luz do dia, por volta das 16h, na saída da área de desembarque do Terminal 2 por dois homens que desceram de um carro preto.
Até a publicação desta reportagem, os autores estavam foragidos.
Ele levou 10 tiros, segundo registro da Polícia Civil de São Paulo.
Até o momento, ninguém foi preso.
De acordo com o registro policial, foram ao menos 29 disparos, de calibres diversos.
Gritzbach foi atingido por 4 tiros no braço direito, 2 no rosto, 1 nas costas, 1 na perna esquerda, 1 no tórax e 1 no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).
Duas armas foram apreendidas pela polícia neste sábado (9): um fuzil e uma pistola.
As duas estavam próximo ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7 km do aeroporto, ainda em Guarulhos.
Até a publicação desta reportagem, não havia confirmação pericial de que foram elas as usadas no crime.
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Empresário fez acordo para delatar PCC e policiais
Gritzbach era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro.
Nos depoimentos, o empresário acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato de um integrante do PCC (Anselmo Santa, o Cara Preta).
Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
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O Ministério Público de São Paulo afirma que ofereceu mais de uma vez segurança ao empresário e que ele sempre recusou a proteção.
O empresário, então, contratou 4 seguranças, todos policiais militares.
Nenhum dos 4, porém, estava com Gritzbach no momento do assassinato.
Segundo depoimento de 2 deles, um dos carros em que iriam buscar Gritzbach e a namorada no aeroporto – o casal voltava de Maceió – teve um problema na ignição.
O outro, ainda de acordo com os policiais, estava com quatro pessoas, e teve de fazer meia volta para deixar um dos ocupantes em um posto de combustível.
Investigadores desconfiam dessa versão (leia mais).
Uma das linhas de investigação do DHPP é que os seguranças teriam falhado de forma proposital.