Número de mulheres grávidas antes dos 20 anos tem aumento em Piracicaba e Limeira
16/12/2024
Segundo especialista, acompanhamento por equipe de saúde é essencial para melhorar vínculo da mãe com o bebê e para o desenvolvimento da criança.
Programa da USP oferece atendimento gratuito a jovens grávidas em Jaguariúna e Indaiatuba
O número de mulheres que engravidaram antes dos 20 anos aumentou em Piracicaba (SP) e Limeira (SP), as duas cidades mais populosas da área de cobertura do g1 Piracicaba.
Os dados são do DataSUS, banco de dados do Ministério da Saúde.
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Segundo as estatísticas, em Piracicaba, 383 mulheres nessa faixa etária tiveram gestação em 2023, enquanto em 2022 foram 362, uma alta de 5,8%.
Já em Limeira, o crescimento foi de 228 para 248, uma elevação de 8,7%.
"As estatísticas mostram que a gravidez na adolescência não é planejada.
E essa gravidez na adolescência está associada a alguns fatores como, por exemplo, preconceito, estigma, rejeição familiar, abandono do parceiro, a interrupção dos estudos, a saída do mercado de trabalho.
Então, tudo isso acaba impactando o estado emocional dessa gestante e esse estado emocional mais deprimido, mais negativo, acaba repercutindo negativamente nos cuidados do filho", explica Vinícius Nagy Soares, pesquisador do CISM.
Ele é gestor do programa Primeiros Laços, da Universidade de São Paulo (USP), que oferece acompanhamento à saúde mental das jovens que têm filhos nesse período de vida, em Indaiatuba (SP) e Jaguariúna (SP).
O projeto funciona como uma aula prática a respeito dos cuidados com os recém-nascidos.
Mãe que recebe acompanhamento do projeto Primeiros Laços
Reprodução/ EPTV
Resultados positivos
Estudos já mostram que essa preparação melhora o vínculo materno e principalmente o desenvolvimento dos bebês.
"Essas mães que receberam as visitas domiciliares, os seus filhos tiveram um desenvolvimento cognitivo, um desenvolvimento social melhor em comparação às mães que não receberam as visitas domiciliares", aponta Vinícius.
"Os primeiros benefícios, que foi muito nítido da gente ver em todas as gestantes que a gente está acompanhando, é 100% a melhora da saúde mental.
Da terceira para a quarta visita, dá para ver, a hora que a gente chega, dá um 'oi, bom dia' para elas, elas já: 'nossa, que alívio, ainda bem que você chegou.
Agora eu tenho com quem desabafar, agora tem alguém que possa me ouvir'", revela a enfermeira Dienifer Rosa.
O acompanhamento também gera uma redução de custos para a rede municipal de saúde, já que as pacientes assistidas acabam indo menos aos postos de saúde.
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