Casos de gravidez antes dos 20 anos crescem, e cidades da região de Campinas recebem programa da USP para mães de '1ª viagem'
16/12/2024
Total de meninas e mulheres que engravidaram durante a adolescência ou início de vida adulta em Indaiatuba e Jaguariúna passou de 274, em 2022, para 336, em 2023.
Programa da USP oferece atendimento gratuito a jovens grávidas em Jaguariúna e Indaiatuba
Com alta de 22,6% nos casos de gravidez antes dos 20 anos, Indaiatuba (SP) e Jaguariúna (SP) foram escolhidas para receber um programa de apoio às mães de “primeira viagem” desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) da USP.
🔔 Receba as notícias da sua região no WhatsApp
Dados da plataforma DataSUS, do Ministério da Saúde, mostram que o total de meninas e mulheres que engravidaram durante a adolescência ou início da vida adulta nos dois municípios passou de 274, em 2022, para 336, em 2023.
Veja no gráfico abaixo.
Já em Sumaré (SP), a alta foi de 12,55% no mesmo período, passando de 247 para 278.
Em contrapartida, Campinas (SP) registrou queda de 2,2% no número de mulheres jovens e grávidas.
Como funciona o programa?
Destinado a jovens de 14 a 20 anos, o programa “Primeiros Laços” acompanha a saúde mental das gestantes e orienta sobre os cuidados com o bebê, promovendo um vínculo entre a mãe e a criança.
Enfermeiros fazem visitas domiciliares às gestantes para falar sobre a preparação para o parto, a rotina com o recém-nascido e ensinar sobre cuidados básicos, como trocar fralda, dar banho e amamentar.
"Os primeiros benefícios, que foi muito nítido da gente ver em todas as gestantes que a gente está acompanhando, é 100% a melhora da saúde mental.
Da terceira para a quarta visita, dá para ver, a hora que a gente chega, dá um oi, bom dia para elas, elas já, nossa, que alívio, ainda bem que você chegou.
Agora eu tenho com quem desabafar, agora tem alguém que possa me ouvir", conta a enfermeira Laura Cuciolli.
Indaiatuba e Jaguariúna recebem programa de apoio às mães de 'primeira viagem'
Reprodução/EPTV
A orientação em casa segue até que a criança complete 2 anos, sendo realizada a cada 15 ou 30 dias e com duração entre 40 e 68 minutos.
Tudo isso é acompanhado por um grupo de pesquisadores, que avalia o estado emocional da mãe e o desenvolvimento do bebê.
"As estatísticas mostram que a gravidez na adolescência não é planejada.
E essa gravidez na adolescência está associada a alguns fatores, como por exemplo preconceito, estigma, rejeição familiar, abandono do parceiro, a interrupção dos estudos, a saída do mercado de trabalho.
Tudo isso acaba impactando o estado emocional dessa gestante e esse estado emocional mais deprimido, mais negativo, acaba repercutindo negativamente nos cuidados do filho", afirma Vinícius Nagy Soares, pesquisador do CISM e gestor do programa.
🤰 Para participar, é necessário:
ter entre 14 e 20 anos;
residir em um dos dois municípios;
estar na primeira gestação;
e estar entre a 8ª e a 20ª semana gestacional.
Quem se encaixar nesses critérios deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para realizar um pré-cadastro.
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas