Relatório do G20 Social vai propor tributar em 2% os super-ricos: 'Resolve o problema de 350 milhões de famílias', diz ministro
15/11/2024
Márcio Macedo participou da mesa de abertura do G20 Social, no Museu do Amanhã, e depois atendeu a imprensa no Espaço Kobra.
Os ministros Márcio Macedo e Jader Barbalho Filho
Raoni Alves/g1 Rio
O relatório final do G20 Social vai apresentar uma série de propostas aos líderes mundiais que estarão na Cúpula do G20, na próxima semana.
Uma delas é sobre a tributação de grandes fortunas no mundo, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.
"Já tem proposta formulada, em que 2% de taxação dos super-ricos pode resolver o problema de 350 milhões de famílias ao redor do mundo", comentou o ministro.
"Isso também pode ser encaminhado, parte desse recurso, para criar um fundo do clima que possa ajudar a manter as florestas de pé.
Sobretudo as florestas tropicais, como as do Brasil, da Indonésia, do Congo.
Que possam ser projetos de financiamento para as comunidades que sobrevivem, que vivem na floresta, como por exemplo os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, os seringueiros, e pessoas que estão também nas periferias das grandes cidades", acrescentou Macedo.
Nesta quinta-feira (14), o ministro participou da mesa de abertura do G20 Social, no Museu do Amanhã, e depois atendeu a imprensa no Espaço Kobra, no Rio.
No local, ele lembrou que também existe uma preocupação grande com o enfrentamento das mudanças climáticas.
"Tenho visto também um debate muito intenso sobre a defesa da democracia nesse processo, sobre as mudanças climáticas, a questão da transição energética, que incide nas mudanças climáticas.
E pode ser recurso para financiar políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas", reforçou.
Crítica à ONU
Ministro defende mudança na ONU e critica conselho de segurança durante G20 Social: 'Financiam as guerras'
Em seu discurso, o ministro celebrou a iniciativa do presidente Lula em promover o evento paralelo à Cúpula do G20 – a reunião de líderes das 19 principais economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana.
Macedo disse ainda que o modelo de governança global adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) está ultrapassado e criticou o Conselho de Segurança da entidade, que seria formado por países que financiam as guerras no mundo.
"Nós precisamos estar dentro desse debate, com a força que temos, que o Brasil tem e o Sul Global tem.
Chegar e dizer que está na hora de fazer uma mudança, porque os países que estão no conselho de segurança da ONU, que falam da paz, são os que financiam as guerras.
Só um presidente com a liderança do presidente Lula, com a história que ele tem e com a força do nosso país, é capaz de colocar esse debate na mesa", disse o ministro.
"E sobre a nova governança, eu percebo que tem um debate muito forte sobre esse modelo, que é um modelo que saiu da correlação de forças na Segunda Guerra Mundial Portanto, ele não representa mais o mundo atual.
Ele tem muita defasagem sobre isso.
Eu vejo muita crítica que os países que estão no Conselho de Segurança, que falam da paz, são os países que financiam ou fazem as guerras.
É importante ter um debate sobre a cultura da paz no Mundial", disse Macedo.
Para finalizar, o ministro disse acreditar que esses temas estarão no relatório final do G20 Social.
O documento será entregue ao presidente Lula no sábado (16) e depois aos demais líderes que integram o G20, na Cúpula, que acontecem nos dias 18 e 19 de novembro.
"Eu acho que esses temas estarão, de alguma forma, presentes no documento final que será apresentado ao presidente Lula."