Atentado em Brasília: investigadores não veem indícios de novas bombas
14/11/2024
Agentes realizaram varreduras em diversos pontos da capital federal ao longo desta quinta (14).
Segundo investigação, Francisco Wanderley, autor do atentado, tinha ao menos oito artefatos.
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Investigadores que participam da apuração do atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontam que não há indícios de que o autor tenha instalado outros artefatos em Brasília.
Ao longo do dia, agentes da Polícia Federal e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Distrito Federal fizeram varreduras em diversos pontos da capital federal, inclusive em prédios públicos.
Segundo a investigação, Francisco Wanderley Luiz tinha ao menos oito bombas.
Quatro delas estavam com ele no momento em que se aproximou do prédio do STF.
De acordo com investigadores, os artefatos eram caseiros e feitos com canos de PVC, pregos e parafusos.
Para integrantes da área de segurança do Supremo, Wanderley Luiz tinha o objetivo de invadir e até mesmo detonar os explosivos no prédio.
Ele acabou impedido, no entanto, pela Polícia Judicial. No momento em que foi abordado, o autor do atentado teria gritado para o policial: "Sai daqui, senão te explodo junto".
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Monitoramento e ameaças
O Supremo, a PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não monitoravam Francisco Wanderley Luiz — mesmo com as publicações de teor radical e golpista nas redes sociais.
Atualmente, a Corte tem um banco de monitoramento com mais de 5 mil alvos.
São considerados, por exemplo, o poder econômico e a rede de contatos dos envolvidos.
Após o atentado, o Supremo recebeu ao menos 8 e-mails enaltecendo a ação de Wanderley Luiz.
As mensagens foram enviadas por meio de uma plataforma que fica na Suíça e oferece anonimato ao autor.
Os casos já estão em análise pelos investigadores.
Desde o dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e destruídas, o STF recebe, em média, três ameaças por dia enviadas de diversas formas.
Há suspeita de monitoramento detalhado dos passos de ministros e familiares; tentativa de mobilização de grupos para ataques à Corte; venda de dados dos ministros na dark web; e-mails com fotos de crianças nuas; e ameaças de estupro.
Nas análises preliminares, os investigadores não encontraram vínculos do homem que se explodiu em frente à Corte com os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Mas somente a análise de provas apreendidas, como o celular dele, poderá descartar eventuais conexões.