STF e CNJ investigam juiz citado em inquérito do golpe
28/11/2024
O juiz federal Sandro Nunes Vieira é apontado como um dos responsáveis pela elaboração de um relatório utilizado pelo PL contra as urnas eletrônicas no 2º turno das eleições de 2022.
Relatório da PF aponta envolvimento do juiz federal Sandro Nunes Vieira em relatório contra urnas eletrônicas
Reprodução/TSE
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigam a conduta do juiz federal Sandro Nunes Vieira, citado no relatório da Polícia Federal relativo ao inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado.
A decisão pelo procedimento criminal é do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Já no CNJ, o inquérito administrativo foi aberto de ofício pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, que decidirá se o magistrado será afastado.
O CNJ também recebeu na noite desta terça-feira (27) um ofício encaminhado por Moraes, relatando a conduta do magistrado.
Em nota, o CNJ disse que o caso “foi encaminhado à Corregedoria Nacional de Justiça, a quem cabe analisar denúncias relativas a magistrados”.
O caso é sigiloso.
Sandro Nunes Vieira é juiz federal vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e agosto de 2022, inclusive como auxiliar da presidência da Corte em 2021, durante a gestão de Luís Roberto Barroso.
Em 2020, foi indicado pela então presidente do TSE, ministra Rosa Weber, para integrar o grupo gestor do Programa de Enfrentamento à Desinformação nas eleições daquele ano.
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Vieira foi citado no relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe como um dos responsáveis por assessorar o PL na elaboração de um documento com ataques, sem provas, às urnas eletrônicas.
O relatório foi utilizado em uma representação ao TSE contra a votação do 2º turno das eleições de 2022, em que Bolsonaro foi derrotado.
O magistrado não consta na lista das 37 pessoas indiciadas no inquérito.
O g1 procurou o Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4) para comentar o caso, mas não obteve resposta.
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