'Não tem como o PL ter filtro', diz Valdemar após ex-candidato do partido explodir bomba em Brasília
14/11/2024
Francisco Wanderley, filiado ao PL de Jair Bolsonaro, explodiu duas bombas em atentado em Brasília, na Praça dos Três Poderes e no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Polícia isola o local onde o corpo de homem foi encontrado em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) após pelo menos duas explosões ocorreram na Praça dos Três Poderes por volta das 19h30 desta quarta-feira, 13, em Brasília.
O estrondo forte foi ouvido no Palácio do Planalto e prédios próximos, como Congresso Nacional, com muita fumaça.
Ao menos uma pessoa morreu.
O corpo dela permanece no local.
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirma que não há como filtrar quem se filia ao partido, em referência ao autor do atentado em Brasília na Praça dos Três Poderes e no estacionamento do Anexo IV, que fica entre o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados.
A primeira explosão foi a de um carro, no estacionamento do Anexo IV.
O atentado aconteceu por volta das 19h30 desta quarta (13) e foi registrado pelas câmeras de segurança do STF.
Cerca de 20 segundos após a primeira explosão, Francisco explodiu bombas na Praça dos Três Poderes, inclusive a que o matou, colocada por ele na nuca.
Ainda de acordo com o presidente do PL, Francisco Wanderley, autor do atentado, estava registrado para visitar um gabinete no Anexo IV, mas não teria ido ao local.
“É muito difícil [filtrar quem se filia ao partido], são 904 mil filiados.
Quem conversou com ele disse que estava com problema”, disse Valdemar ao blog.
O que se sabe sobre o caso
Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos.
O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa).
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
Cerca de 20 segundos após o episódio no estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
Até a última atualização desta reportagem, o corpo não havia sido retirado do local.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio.
Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor.
A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo.
Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba.
Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram.
Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições".
O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio.
A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do Exército.
Depois do episódio, ele se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Testemunhas relataram que "o barulho foi muito alto" e que viram "o pessoal correndo"