Bombardeio russo em instituição militar de ensino e hospital na Ucrânia deixa 50 mortos e centenas de feridos; VÍDEO
03/09/2024
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou ataque de mísseis balísticos à cidade de Poltava nesta terça (3) e culpou a Rússia.
Os russos ainda não se manifestaram sobre o ataque, considerado o mais mortal da guerra neste ano até o momento.
Prédio de instituto de educação em Poltava, na Ucrânia, é destruído por míssel russo
Um ataque de dois mísseis balísticos a um instituto militar na cidade central de Poltava, na Ucrânia, deixou ao menos 50 mortos e 271 feridos nesta terça-feira (3).
O ataque foi inicialmente denunciado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que culpou a Rússia.
"As operações de resgate ainda estão em andamento – os destroços estão sendo removidos.
Todos os serviços estão envolvidos.
Até agora, o número de feridos é de 271.
Todos estão recebendo a assistência necessária.
Sabe-se que há pessoas sob os escombros do prédio destruído.
Está sendo feito tudo para salvar o maior número possível de vidas.
De acordo com as informações disponíveis até o momento, este ataque russo matou 51 pessoas", afirmou Zelensky.
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O número de vítimas do ataque, que é considerado o mais mortal da guerra neste ano até o momento, ainda pode aumentar: cerca de 15 pessoas ainda podem estar sob os escombros, segundo o governador regional de Poltava, Filip Pronin.
Outros oficiais do país relataram 51 mortos.
Um dos edifícios de uma instituição de ensino, o Instituto de Comunicações, foi parcialmente destruído, e um hospital próximo também foi atingido.
"Os desgraçados russos definitivamente serão responsabilizados por este ataque", disse o presidente Volodymyr Zelenskiy em mensagem no Telegram.
As forças terrestres da Ucrânia disseram que militares foram mortos.
Eles não especificaram quantas das vítimas eram das forças armadas, mas o ataque foi um grande golpe para Kiev, que tenta reforçar suas fileiras para conter um inimigo mais poderoso.
Zelensky ordenou uma investigação completa e imediata do ocorrido e disse que o ataque danificou um prédio do Instituto Militar de Comunicações.
Em comunicado, o Comando das Forças Terrestres ucraniano disse que "está conduzindo uma investigação para determinar se foi feito o suficiente para proteger as vidas e a saúde dos soldados na instalação".
O uso de mísseis balísticos – que atingem alvos a centenas de quilômetros de distância em poucos minutos após o lançamento – significou que as vítimas tiveram pouco tempo para se proteger depois que a sirene de ataque aéreo soou, disse o ministério das Relações Exteriores.
"Esta é uma tragédia chocante para toda a Ucrânia.
O inimigo atingiu uma instituição de ensino e um hospital", afirmou a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska.
A Rússia não se manifestou sobre o ataque até a última atualização desta reportagem.
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Volodymyr Zelensky
Instagram/Reprodução
Pedido para uso de armas de longo alcance
Zelensky e outros membros do governo ucraniano vem usando as redes sociais com frequência para mostrar as consequências de ataques vindos da Rússia.
Eles apelam a aliados que reconsiderem autorizar o uso de armas de longo alcance.
O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, usou seu perfil em uma rede social para mostrar um ataque russo a uma mesquita em Kiev, nesta segunda-feira (2).
Centro cultural de mesquita vandalizado
Reprodução/X
Rustem Umerov postou fotos do centro cultural do local vandalizado e disse que o cenário é consequência de um "ataque noturno dos invasores russos".
Também afirmou que 35 mísseis de vários tipos e 23 drones foram lançados contra o território ucraniano pela Rússia só nesta segunda.
"O terror não tem respeito por nenhuma fé, nenhuma misericórdia pelas pessoas, suas casas ou infraestrutura crítica do país.
O regime do Kremlin está destruindo tudo.
A defesa aérea e as capacidades de longo alcance para a Ucrânia são a única maneira de parar o terror russo", escreveu o ministro.
Outras autoridades também afirmaram à agência de notícias AFP que as defesas antiaéreas ucranianas derrubaram pelo menos 20 mísseis lançados na direção de Kiev na madrugada desta segunda-feira.
No Telegram, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou que mísseis de cruzeiro foram disparados a partir de bombardeiros que sobrevoavam a região russa de Saratov e que dois adultos ficaram feridos e quatro automóveis sofreram incêndios durante a queda de escombros.
Na cidade de Sumy, nordeste do país, um centro de assistência social e psicológica infantil e um orfanato foram atingidos na noite deste domingo (1º) por um míssil russo; 13 pessoas ficaram feridas, incluindo quatro menores de idade, informou o prefeito da localidade, Oleksandr Lysenko.
Rússia bombardeia capital da Ucrânia
Incursão ucraniana na Rússia
Em território russo, os ataques ucranianos continuam na região de Kursk.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda, em uma entrevista coletiva, que 600 soldados da Rússia foram capturados durante uma operação.
Em encontro com estudantes na Sibéria, o presidente russo Vladimir Putin falou sobre a ofensiva, mas minimizou e disse que a ação inimiga "não alcançou a principal tarefa que se propôs: interromper a ofensiva (russa) no Donbass".
"Devemos lidar com esses bandidos que entraram no território da Federação da Rússia, em particular na região de Kursk, e que tentam desestabilizar a situação nas áreas de fronteira", declarou.
Conflito intenso
As defesas aéreas russas interceptaram e destruíram 158 drones ucranianos durante a noite, incluindo dois sobre Moscou e nove sobre a região ao redor, disse o Ministério da Defesa russo neste domingo (1º).
Quarenta e seis dos drones estavam sobre a região de Kursk, para onde a Ucrânia enviou suas forças nas últimas semanas na maior incursão em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.
Outros 34 foram abatidos sobre a região de Bryansk, 28 sobre a região de Voronezh e 14 sobre a região de Belgorod — todas elas fazem fronteira com a Ucrânia.
Ataque da Rússia à Ucrânia deixa 6 mortos em zona residencial de Kharkiv
Bombeiros apagam um carro em chamas no pátio de um prédio de apartamentos após um ataque de mísseis das Forças Armadas da Ucrânia.
Canal do Telegram do governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, via AP
Drones também foram abatidos mais profundamente na Rússia, incluindo um em cada região de Tver, a noroeste de Moscou, e na região de Ivanovo, a nordeste da capital russa.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que drones foram interceptados em 15 regiões, enquanto outro governador disse que um drone foi abatido sobre sua região também.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que os destroços de um dos dois drones abatidos sobre a cidade causaram um incêndio em uma refinaria de petróleo.
Os ataques de drones ucranianos levaram a luta para longe da linha de frente, para o coração da Rússia.
Desde o início do ano, a Ucrânia intensificou os ataques aéreos em solo russo, mirando refinarias e terminais de petróleo para desacelerar o ataque do Kremlin.
Também na Rússia, o governador regional Vyacheslav Gladkov disse que 11 pessoas ficaram feridas em ataques com mísseis aéreos ucranianos na região de Belgorod, na fronteira russa, no domingo.
Entre elas, oito na capital regional, também chamada de Belgorod.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse no domingo que havia assumido o controle das cidades de Pivnichne e Vyimka, na região de Donetsk, na Ucrânia.
As forças russas estão avançando no território ucraniano na região leste parcialmente ocupada, cuja captura total é uma das principais ambições do Kremlin.
O exército russo está se aproximando de Pokrovsk, um centro logístico crítico para a defesa ucraniana na área.
Pelo menos três pessoas foram mortas e nove ficaram feridas no domingo em bombardeios russos na cidade de Kurakhove, cerca de 33 quilômetros ao sul de Pokrovsk, disse o governador regional de Donetsk, Vadym Filashkin.
Bombeiros apagam um carro em chamas no pátio de um prédio de apartamentos após um ataque de mísseis das Forças Armadas da Ucrânia.
Canal do Telegram do governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, via AP
Também no domingo, 44 pessoas ficaram feridas quando a Rússia atacou a capital regional de Kharkiv, também chamada de Kharkiv, disse o prefeito Ihor Terekhov.
A cidade foi atingida por 10 mísseis, com um shopping center, uma instalação esportiva e prédios residenciais entre os danificados.
Em outro lugar na Ucrânia durante a noite, oito drones foram abatidos de 11 lançados pela Rússia, de acordo com a força aérea ucraniana.
Uma pessoa foi morta e quatro ficaram feridas em bombardeios durante a noite na região de Sumy, disseram autoridades locais, enquanto o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, disse que cinco outras pessoas ficaram feridas em sua região.