PIB do Brasil cresce 0,9% no 3° trimestre de 2024, diz IBGE
03/12/2024
Este é o 13º resultado positivo consecutivo do indicador em bases trimestrais, puxado por boa performance do setor de Serviços, que também cresceu 0,9%.
Setor de serviços — que engloba bares, restaurantes, hotelaria, salões de beleza e outras atividades do tipo — turbinaram o PIB brasileiro em 2022
Fábio Tito/g1
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).
Este é o 13º resultado positivo consecutivo do indicador em bases trimestrais.
O saldo vem depois de a atividade econômica brasileira crescer 1,4% no segundo trimestre.
Neste terceiro trimestre, a Indústria (0,6%) e o setor de Serviços (0,9%) tiveram altas importantes, e compensaram a queda de 0,9% da Agropecuária.
Pelo lado da demanda, todos os itens cresceram.
O Consumo das famílias cresceu 1,5%, o Consumo do governo subiu 0,8%, enquanto os Investimentos tiveram ganho de 2,1% neste trimestre.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 3 trilhões.
Foram R$ 2,6 trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$ 414 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Com os resultados, o PIB brasileiro teve alta de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023.
Já a alta acumulada em quatro trimestres é de 3,1%.
Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, ainda que o resultado trimestral tenha sido mais fraco que o do trimestre anterior, não gera por ora uma preocupação com uma possível desaceleração brusca da atividade econômica.
"Apesar dos patamares elevados, a taxa básica de juros ainda tem efeito muito pequeno na atividade do terceiro trimestre.
A política monetária leva um tempo grande para ter efeito sobre economia, e o crescimento vem em cima de uma base de comparação bastante alta", diz Palis.
Variação trimestral do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2024
g1
Principais destaques do PIB no 3º trimestre:
Serviços: 0,9%
Indústria: 0,6%
Agropecuária: -0,9%
Consumo das famílias: 1,5%
Consumo do governo: 0,8%
Investimentos: 2,1%
Exportações: -0,6%
Importação: 1%
PIB: economia brasileira cresce 0,9% no 3º trimestre
PIB cresceu 0,9% contra o trimestre anterior
Segundo o IBGE, a alta do PIB deste trimestre foi puxada pelo setor de Serviços (0,9%), o de maior peso do PIB.
Com o crescimento constante nos últimos trimestres, o setor renovou mais uma vez seu maior patamar em toda a série histórica do indicador.
As principais atividades subiram no período, com destaque para Informação e comunicação (2,1%), Outras atividades de serviços (1,7%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%).
Também cresceram as Atividades imobiliárias (1%), Comércio (0,8%), Transporte, armazenagem e correio (0,6%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).
A Indústria teve alta no balanço final, com ganho de 0,6% no trimestre, mas a abertura para subsetores traz resultados mistos.
As Indústrias de transformação tiveram alta de 1,3% contra o trimestre anterior.
Já a Construção (-1,7%); Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e Indústrias extrativas (-0,3%) tiveram queda.
Com isso, a Indústria segue 4,7% abaixo de seu pico histórico, vindo do terceiro trimestre de 2013.
A Agropecuária teve queda de 0,9% no terceiro trimestre, com previsão da queda de produção de laranja para o ano.
Segundo Rebeca Palis, do IBGE, a fruta tem peso relevante, de quase metade das safras deste trimestre, empurrando o resultado para baixo.
PIB do 3º trimestre pela ótica da oferta
Arte g1
Pela ótica da despesa, o Consumo das famílias registrou a alta mais importante entre os setores, com ganho de 1,5% no trimestre.
É o recorde da série histórica do PIB.
"O mercado de trabalho é um efeito positivo.
Temos a mínima de desocupação e a massa salarial que tem aumentado recorrentemente, o que coloca a renda do trabalho na mão das familias.
Além disso, a inflação está acima da meta, mas não está em níveis altíssimos", diz Rebeca Palis, do IBGE.
Houve uma desaceleração do Consumo do governo, que cresceu 0,8% no terceiro trimestre, contra 1,3% no segundo trimestre.
Mas também é o maior patamar da série.
"O governo tem sido importante agente para o desempenho e crescimento da economia", diz Palis.
Já os Investimentos (ou Formação Bruta de Capital Fixo) voltaram a subir 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, em que já havia registrado alta de 2,1%.
Ainda que apresente boa recuperação em 2024, o setor ainda está 10,8% abaixo do seu maior patamar na série, que aconteceu no segundo trimestre de 2013.
Ainda assim, a taxa de investimento cresceu e foi de 17,6% do PIB, acima dos 16,4% registrados no terceiro trimestre de 2023.
Por fim, as Exportações de Bens e Serviços tiveram queda de 0,6% neste trimestre.
As Importações de Bens e Serviços subiram 1%.
PIB brasileiro pela ótica da demanda no 3° trimestre de 2024
g1
Principais destaques do PIB contra o mesmo trimestre de 2023:
Serviços: 4,1%
Indústria: 3,6%
Agropecuária: -0,8%
Consumo das famílias: 5,5%
Consumo do governo: 1,3%
Investimentos: 10,8%
Exportações: 2,1%
Importação: 17,7%
PIB cresce 0,9% no 3º trimestre
PIB cresce 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023
O setor de Serviços avançou 4,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, com todas as suas atividades no campo positivo.
Destaques para Informação e comunicação (7,8%); Outras atividades de serviços (6,4%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,1%).
Ainda com altas expressivas estão o Comércio (3,9%); Atividades imobiliárias (3,1%); Transporte, armazenagem e correio (2,5%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,7%).
A Indústria vem com alta de 3,6% contra o mesmo período de 2023.
Mesmo com queda no resultado trimestral, a Construção tem alta de 5,7% no comparativo com o ano passado.
O IBGE destaca que o resultado teve forte influência da alta da ocupação e produção dos insumos típicos dessa atividade.
Na sequência, as Indústrias de transformação tiveram alta de 4,2%, apoiadas principalmente pela fabricação de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, móveis e produtos químicos.
"São setores beneficiados pela maior demanda por bens de consumo duráveis e de bens de capital, que vem do aumento do consumo final e do investimento", diz Palis.
Houve forte expansão de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,7%), com maior consumo de eletricidade no país, seja pelo clima mais quente como pelo avanço da atividade econômica.
Apenas as Indústrias extrativas (-1,0%) ficaram em campo negativo, devido à queda da extração de petróleo e gás.
Já a Agropecuária registrou queda de 0,8% contra igual período de 2023, com a queda de produção ou perda de produtividade de culturas como cana (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%).
Mesmo os resultados positivos do algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%) não foram suficientes para reverter o acumulado negativo do setor.
O Consumo das famílias continua com resultados fortes e teve alta de 5,5% em relação ao mesmo trimestre de 2023.
É o 14º trimestre consecutivo de alta no setor.
Já o Consumo do governo cresceu 1,3% no período.
Os Investimentos tiveram alta de 10,8% no terceiro trimestre de 2024, com elevação na importação e na produção interna de bens de capital, desenvolvimento de software e avanço da construção.
Entre as Exportações de Bens e Serviços (2,1%) destacam-se os produtos alimentícios, outros equipamentos de transporte, extração de minerais metálicos e produto químicos.
As Importações de Bens e Serviços cresceram 17,7%, com altas de produtos químicos, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, veículos automotores e serviços.
Fazenda vê PIB com 'ritmo robusto'
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) avaliou que a economia seguiu com "ritmo robusto" de expansão no terceiro trimestre deste ano.
"O crescimento do PIB no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro", informou a Secretaria de Política Econômica, por meio de nota.
"Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços."
Ainda de acordo com a área econômica do governo, o crescimento continuou forte mesmo com "menores impulsos fiscais" (gastos do governo), impulsionado pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos.
"A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem.
A política monetária [alta de juros] mais contracionista deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos", acrescentou a SPE, do Ministério da Fazenda.
Ainda assim, acrescentou que "impulsos positivos" devem vir do mercado de trabalho, que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o e consumo das famílias.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o resultado do PIB nesta terça.
Em uma rede social, Lula escreve: "Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros."